Já vou indo,
(Luiz Antonio Vila Flor)
aproveito a pouca luz e o frescor da manhã
desse novo dia que já já se ilumina,
pois o caminho é longo e sem volta.
Aqui novamente ninguém jamais me verá,
já que parto com a firme determinação
de quem deve ir, sem olhar para trás,
sem carregar boas lembranças.
Levo somente o quase nada que tenho,
umas roupas já surradas, duas toalhas,
mais um tanto de água no cantil
e um pouco do que comer nesse início.
Mas me livro de um peso enorme:
essa vida de ladainhas e procissões
onde se tenta ocultar, com a lábia do vigário,
o prenúcio de uma ultrajante miséria.
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